TIPOS DE MEDIUNIDADE E OS MÉDIUNS SANEADORES (Parte 2)

Médiuns Pneumatógrafos – esses são médiuns um pouco mais raros pois são aqueles que tem a capacidade de obter a escrita diretamente dos espíritos, sem a utilização das mãos do médium. Nem todos os médiuns escreventes ou psicógrafos possuem esta capacidade. Para que a comunicação ocorra, basta colocar um papel em branco e dobrado sobre um móvel, ou mesmo dentro de uma gaveta, de 10 a 15 minutos enquanto se realizam preces e orações. Logo após, basta pegar o papel desdobrar e verificar se houve alguma forma de comunicação dos espíritos. Podem conter riscos, desenhos, letras, palavras ou mesmo frases e textos, conforme for maior ou menor o dom do médium e do espírito comunicante.   

Médiuns Escreventes ou Psicógrafos – são aqueles que manifestam a comunicação com os espíritos através da escrita. De acordo com Kardec, é a mediunidade mais fácil de se desenvolver. Esse dom pode se manifestar através dos médiuns com as seguintes características:

Mecânicos: o espírito atua diretamente sobre a mão do médium ou mesmo sobre o lápis ou caneta utilizando a mão apenas como apoio. Nesse caso, a mensagem apresenta um conteúdo mais puro e fiel à transmissão pois o médium não tem consciência da mensagem até que ela chegue ao final e ele mesmo possa lê-la.

Intuitivos: o espírito se aproxima o suficiente para transmitir sua mensagem diretamente através da alma do médium. Ou seja, o espírito domina a sua vontade e exprime seus pensamentos através da consciência do próprio médium. O pensamento não é preconcebido, ele nasce à medida em que as palavras vão sendo escritas. Se o fluxo for interrompido, nem mesmo o médium terá conhecimento do que teria sido dito. É difícil avaliar a interferência do médium nesse processo pois há que se ter muito controle sobre seus próprios pensamentos para perceber quando há a influência de um espírito ou quando é apenas um fluxo de pensamento próprio do seu subconsciente.

Semimecânicos: esses médiuns manifestam a escrita através da atuação dos espíritos sob as suas mãos e simultaneamente sobre a sua mente (consciência). Ao mesmo tempo em que sente uma ação diferenciada em suas mãos, a mensagem começa a surgir em sua mente ao mesmo tempo em que a escreve. Da mesma forma que os médiuns intuitivos, neste caso também é necessária uma avaliação cautelosa do conteúdo a fim de verificar e comprovar que não se trata de manifestação do inconsciente do próprio médium. Na época em que Kardec realizou seus estudos, esses eram os mais números entre os médiuns escreventes ou psicógrafos.

Inspirados: são aqueles que, em estado normal ou concentração mediúnica de trabalho, recebem mensagem e comunicações através de seus pensamentos. Tal atuação dos espíritos ocorre de forma sutil, eles inspiram idéias, palavras, frases, textos, comunicações estranhas ao conhecimento do médium, enfim, uma variedade de informações. Gera rompantes de intelectualidade e conhecimentos que o médium não costuma manifestar normalmente, pode recitar poemas, dissertar sobre física, entre outras coisas. Neste tipo da manifestação mediúnica é muito difícil para o médium distinguir o que faz parte do seu próprio pensamento do que lhe foi inspirado pelos espíritos. Com o treinamento, a disciplina e a boa conduta, torna-se mais fácil buscar esta distinção. Há que se ter muito cuidado com o que se transmite às pessoas através deste dom. É um dom muito comum pois todos os seres humanos tem seus Guias e Protetores espirituais e eles atuam através da inspiração com muita freqüência no dia a dia de suas atribuições junto aos seus protegidos. Muitos dos pressentimentos das pessoas são originados pela inspiração espiritual, por aqueles que querem nos alertar sobre situações,  pessoas, doenças, etc.

No Livro dos Médiuns, Allan Kardec cita os Médiuns Especiais. Naquela época, eram aqueles que não se enquadravam necessariamente nos tipos acima descritos. Muito pelo contrário, manifestavam dons e capacidades que ele considerava como aptidões pessoais indefinidas.

Hoje, há algumas literaturas que abordam as capacidades, os dons mediúnicos e as manifestações dos médiuns atuais e nos trazem novas informações e novos horizontes em relação à nossa interação com o mundo espiritual. Fica muito claro que, com a evolução de nossas consciências, muitos seres humanos com dons mediúnicos deixaram de ser apenas instrumento de comunicação dos espíritos e passaram e ter uma maior participação nos trabalhos realizados por nossos amigos espirituais.

Estamos vivendo um momento de grandes mudanças e transformações que se processam do plano espiritual para o plano material. Uma espécie de saneamento, de limpeza astral, para a constituição de uma nova realidade no plano terreno. Muitas teorias falam sobre as grandes mudanças, sobre o fim de uma era e o início de outra mais iluminada, mais evoluída. Mas a maioria dessas teorias trata sempre de uma grande catástrofe que irá destruir o nosso planeta e afirma que apenas alguns seres humanos serão escolhidos para permanecer e formar a nova civilização.  Na realidade, para que a mudança se processe no plano material, os nossos amigos espirituais devem trabalhar arduamente para que todos aqueles espíritos que estão encarnados neste momento possam ser auxiliados e direcionados de acordo com seus graus evolutivos. A própria constituição do planeta, a sua arquitetura, as condições naturais para a manutenção da vida, enfim, tudo é amparado e preparado no plano espiritual. E, as informações que nos chegam, já faz algum tempo, através de vários médiuns e de várias obras psicografadas é de que tal processo de mudança já está acontecendo há bastante tempo no plano astral terrestre. Cada irmão que passa pelo processo de desencarne já está sendo tratado e direcionado de acordo com suas condições íntimas, com seu grau de evolução. Isto é o que representa a separação do joio e do trigo, não se trata de discriminação, de poder aquisitivo, de status social, mas de sentimentos e vibrações íntimas de amor, paz, fraternidade, caridade, sentimentos e posturas que o Cristo veio nos ensinar.

E, neste momento de trabalho árduo, de limpeza, de cura, de regeneração, muitos médiuns estão demonstrando plena consciência de seus dons e de sua participação em desdobramento através do sono ou mesmo induzido pela meditação e/ou por exercícios mediúnicos. E evidenciam-se muitas formas de manifestação e atuação nos campos energéticos de encarnados e desencarnados, muitos médiuns estão participando de trabalhos de limpeza e de cura realizados no plano espiritual doando energia e/ou servindo como potentes catalizadores de energias desequilibradas e negativadas. Eles são conhecidos como MÉDIUNS CATALIZADORES mas como suas atuações podem ir um pouco mais além propiciando purificação, cura, reparação dos campos e dos corpos, vamos utilizar a denominação psicografada pelo médium Wanderley Oliveira oriunda do próprio plano espiritual e que os define como MÉDIUNS SANEADORES. A maioria deles atua em desdobramento astral mas alguns deles atuam o tempo todo, em seu dia a dia, em casa, no trabalho, nos estudos, em qualquer lugar onde esteja, e sem maiores explicações começa a sentir várias formas de acúmulo energético em seus corpos físicos. Dores de cabeça, dores musculares, náuseas, falta de ar, dormências nos membros, câimbras... até então, eles eram chamados de “esponjas” por que, assim como elas, absorvem vários tipos de energias. E pode-se observar pessoas que estavam com algum tipo de dor ou mal estar e que de repente passaram a se sentir bem enquanto o médium absorveu aquele acúmulo energético.

Esses acúmulos podem ser oriundos de energias desequilibradas localizadas nos corpos ou campos energéticos das pessoas, podem estar no ambiente prestes a causar um mal físico a alguém que ali permaneça por longos períodos de tempo, pode até mesmo ser causado pela atuação de algum irmão desencarnado que esteja ligado (por qualquer motivo) à pessoa. O fato é que há médiuns que possuem esta capacidade de “puxar para si”, absorver tais energias e transmutar todo o seu negativismo. De alguma forma, seu organismo físico e a sua constituição espiritual lhe conferem esta capacidade. Mas alerto que nem todos aqueles médiuns de “dão carona” têm a mesma capacidade de absorver e transmutar tais energias. Assim como já foi dito antes, existem vários dons, vários tipos, várias formas de manifestação e diferentes graus de evolução dos espíritos. Temos que ter consciência disso para não querer sair por aí descarregando as pessoas, absorvendo suas doenças, seus problemas, sem que depois tenhamos condições de sobreviver ao fardo acumulado em nossos próprios espíritos e corpos físicos. Mesmo aqueles que possuem esse dom devem sempre ter cautela e atuar mediante orientação e condução dos seus Guias e Mentores espirituais.  Os Médiuns Saneadores são importantes trabalhadores na fase de transição planetária e são muito úteis nas tarefas de limpeza e regeneração, desta forma, seu compromisso e sua responsabilidade devem ser proporcionais à sua atuação para que possam ser valiosos instrumentos do Alto no auxílio, no Amor ao próximo e na prática da Caridade.

OBS: Indico a leitura dos livros “Quem Sabe Pode Muito. Quem Ama Pode Mais” e “Servidores da Luz na Transição Planetária”, de Wanderley Soares de Oliveira, Editora Dufaux.

SENZALA DE UMBANDA

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TIPOS DE MEDIUNIDADE E OS MÉDIUNS SANEADORES (Parte 1)

No início dos estudos espíritas, através das pesquisas e das experiências realizadas por Allan Kardec, o dom mediúnico foi esclarecido e catalogado conforme nossas condições humanas da época. Nosso entendimento, nosso discernimento, nossa capacidade de compreensão e de raciocínio acerca do mundo espiritual. Os livros e textos de Kardec, também chamados de codificação espírita, foram a base de sustentação que deu início ao Espiritismo na Europa e, posteriormente, em todos os países e continentes onde atualmente existem milhares de médiuns estudando, exercitando os seus dons e atuando em benefício de seus irmãos encarnados e desencarnados. Kardec trouxe à luz da razão o esclarecimento necessário ao estabelecimento e expansão da comunicação com o mundo espiritual.

Em O Livro Dos Médiuns, cap. XIV, item 159, Kardec afirma: “Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações”. Ou seja, as manifestações são diversas, os tipos “variam ao infinito”, assim como caminha a evolução individual de cada um de nós e a evolução coletiva do nosso planeta. Pois a cada dia, com mais conhecimento, mais discernimento e capacidade de entendimento, mais informações e orientações nos chegam do plano espiritual, novos dons adormecidos em nossos espíritos são despertados e colocados à disposição da caridade e do atendimento ao próximo.

Vamos resumir as principais manifestações mediúnicas citadas por Allan Kardec:

Médiuns de Efeitos Físicos – são aqueles aptos a produzir fenômenos materiais como a movimentação de objetos, a produção de ruídos, a materialização (de flores ou outros objetos), a levitação de corpos ou objetos, as aparições, entre outros. Segundo os estudos de Kardec, esta faculdade raramente existe naqueles que possuem outros dons mediúnicos de comunicação desenvolvidos ou em pleno desenvolvimento; naqueles em que se manifesta, este dom tende a diminuir na medida em que outro dom passa a ser desenvolvido.

Médiuns Sensitivos ou Impressionáveis – são os médiuns suscetíveis de sentir a presença dos espíritos por uma impressão vaga, por uma sensação em alguma parte do corpo ou mesmo no corpo todo, sensações normalmente difíceis de explicar. Não apresenta uma característica bem definida. Esta faculdade se desenvolve através de seu estudo e utilização e pode chegar a sutileza de se conseguir perceber e identificar a natureza boa ou má do espírito que está ao seu lado ou mesmo no ambiente. Pode chegar ao ponto de reconhecer e identificar os espíritos tal qual um cego desenvolve esta capacidade de forma inexplicável pelo homem, utilizando os sentidos sensoriais mais sutis e delicados. Acrescento aqui, por experiência própria, que podemos sentir nossos irmãos espirituais até mesmo por suas dores, seus sofrimentos e suas angústias. É como se a nossa sensibilidade se estendesse além do nosso corpo físico e percebesse todo o ambiente, todo o espaço e tudo o que há ao seu redor. Esta capacidade pode ainda ser utilizada em estado sonambúlico (desdobramento) ou durante o sono físico. Esta capacidade desenvolvida nos permite perceber a vibração positiva ou negativa, a segurança ou o perigo, nos permite sentir a temperatura, a textura, o peso, as intenções daqueles que estão ao nosso redor no plano espiritual. Posso afirmar que este dom plenamente desenvolvido, com o tempo e com a prática, nos permite perceber também o campo espiritual e energético das pessoas no plano material, captando seus sentimentos, suas vibrações, suas intenções, suas dores, enfim, permite praticamente a mesma percepção que a do plano espiritual. É complexa, difícil de lidar no dia a dia e exige que se dedique muita orientação e acompanhamento ao médium em desenvolvimento.

Médiuns Audientes – são aqueles que ouvem a voz dos espíritos, seja uma voz emitida e captada em seu interior ou uma voz nítida e clara emitida no exterior como se fosse de uma pessoa no plano material. Podem se comunicar diretamente com os espíritos, seja com seus próprios orientadores ou com outros espíritos que queiram enviar recados ou orientações a outras pessoas. Eles podem atuar como instrumento de comunicação para outras pessoas e/ou grupos de estudo e trabalho. Acrescento que é um dom mediúnico que, um pouco mais do que os outros já citados, merece muito cuidado e atenção para que o médium não seja enganado por espíritos maldosos propagando mensagens falsas e insensatas.

Médiuns Audientes ou Falantes - são aqueles através dos quais os espíritos se manifestam através dos órgãos da fala. Normalmente, o médium não tem conhecimento do conteúdo que será dito e muito menos das palavras que serão proferidas. Assim como em outras formas de comunicação, mas de maneira mais direta e imediata, o médium muitas vezes diz coisas das quais não tem o menor conhecimento ou capacidade de compreensão, apesar de estar consciente e acordado, em estado de normalidade. Pelo que foi apresentado no estudo de Kardec, podemos entender que o espírito atua diretamente no chakra laríngeo, não passando a mensagem pelo mental do médium. Isto explica o fato do médium não ter conhecimento prévio da mensagem assim como não conseguir guardar completamente o que foi dito, pois passa a ser um ouvinte como as outras pessoas que estiverem presentes. Aqueles que têm a intuição do que será dito antes da pronúncia do espírito serão tratados mais à frente em outro tipo de manifestação mediúnica.

Médiuns Videntes – são aqueles que possuem a capacidade, o dom, de ver os espíritos. Esta classe de médiuns pode manifestar a sua vidência em estado normal (acordados) ou em estado sonambúlico (emancipação da alma, desdobramento) ou próximo dele (por exemplo: em meditação, em estado de vigília antes do adormecimento). De acordo com as pesquisas realizadas, foi constatado que são os olhos da alma que vêem os espíritos e a realidade espiritual e, justamente por este motivo, os médiuns videntes vêem mesmo com os olhos físicos fechados. Esse fato esclarece que até mesmo os médiuns que são cegos no plano físico podem ter a vidência, pois vêem com os olhos da alma. Acrescento que este dom mediúnico, assim como os outros, possui graus em escala de desenvolvimento o que gera uma diferenciação na faculdade mediúnica de cada indivíduo. Há aqueles que vêem apenas os espíritos invocados, há os que vêem os espíritos que por sua própria vontade se manifestam diante de seus olhos, assim como há aqueles que vêem os espíritos que estão em todo um ambiente e aqueles que vêem até mesmo o plano espiritual onde os espíritos habitam. Os graus de vidência variam assim como varia a sua amplitude e o seu alcance visual. Hoje, há médiuns que projetam a sua visão a outras dimensões e, até mesmo, a outros orbes distribuídos pelo Espaço Sideral (certamente, esses últimos são em número bem menor, mas não são tão poucos!). A vidência é o dom mediúnico com o qual o médium deve ter maior cuidado e atenção, pois muitos espíritos negativados e desequilibrados podem se manifestar com aparências bem afeiçoadas e como bons samaritanos para ludibriar, enganar, zombar e até mesmo induzir a desvios de conduta. E essas manifestações podem ocorrer por longos períodos, existem muitos casos em que médiuns seguiam orientações de espíritos zombeteiros que se passavam por seus Guias e Mentores espirituais. Alguns desses casos foram identificados pelos médiuns através de seus reais Mentores que se utilizaram do ocorrido para ensinar e corrigir desvios de conduta dos próprios médiuns, gerados, entre outras coisas, pelo orgulho e pela vaidade. E servem de ensinamentos a todos nós, nos alertando para que tenhamos muito cuidado com as comunicações que estabelecemos através de nossos dons pessoais. A conduta moral e ética é fundamental para que tenhamos uma vibração mais elevada evitando entrar em faixas de conexão nas quais prevalecem espíritos negativados. Às vezes, vai acontecer uma tentativa ou outra mas, permanecendo atentos, logo conseguimos identificar o “impostor”. Na época em que Allan Kardec realizou seus estudos e pesquisas, era raro o médium que possuía e mantinha este dom permanentemente em seu dia a dia. Hoje, encontramos muitos médiuns com este dom aflorado o que explicamos como uma conseqüência na nossa própria evolução como espíritos em processo de aprendizado durante as nossas reencarnações. Como já dissemos anteriormente, à medida em que caminhamos e adquirimos novos conhecimentos desenvolvemos uma maior capacidade de compreensão e um maior discernimento e passamos a ser merecedores de novas experiências que estimulem e promovam a nossa busca incessante pelo crescimento pessoal e coletivo. Em suas análises, Kardec afirma que o dom da vidência não deve ser levado a desenvolvimento forçado a fim de evitar atuações da própria imaginação dos médiuns, segundo ele este dom deve ser deixado aflorar naturalmente. É certo que, atualmente, pode vir a ser trabalhado pois temos mais informações e recursos mas deve ser rigorosamente acompanhado por orientadores experientes a fim de evitar os frutos da nossa fértil imaginação humana. As visões que ocorrem durante os sonhos não fazem parte deste dom mediúnico e serão abordadas mais à frente.

Médiuns Sonambúlicos – são aqueles que têm a capacidade, o dom, de se desprender do corpo físico conscientes. Eles têm a capacidade de agir sob a influência de seu próprio espírito, de ver, ouvir, perceber, com os sentidos de seu espírito que tem um conhecimento mais dilatado, uma experiência mais ampla devido a toda a sua estória de vidas passadas. No estado sonambúlico, suas idéias são mais justas, seus sentimentos mais nobres, pois sua alma está livre do corpo. Kardec descreve como se ele vivesse a vida dos espíritos antecipadamente. Ele diferencia o médium sonambúlico dos demais esclarecendo que o primeiro exprime o seu próprio pensamento enquanto o segundo exprime o dos espíritos que à ele ou através dele se manifestam. Porém, o médium sonambúlico emancipado (desdobrado) do corpo físico também pode se comunicar com os espíritos e com maior facilidade por estar no mesmo “ambiente”; o que permite que nos transmita o que estão fazendo, sobre o quê estão conversando, o quê sentem, pensam e querem nos dizer. Kardec relata o caso de um rapaz que em estado sonambúlico realizava consultas dando diagnostico de enfermidades que os médicos no plano material não conseguiam identificar, ele tinha o dom de ver as enfermidades nos corpos das pessoas mas não tinha conhecimento necessário ou não manifestava sozinho a orientação para o tratamento e a cura. Então, ele recebia esta orientação de um espírito que sempre estava ao seu lado e que atuava como um médico no plano espiritual receitando remédios e orientando os tratamentos para que a cura se manifestasse no plano material. Tal dom mediúnico pode se manifestar como os demais, em pessoa rica ou pobre, culta ou sem instrução, independente do estado moral do indivíduo. E os espíritos com os quais se comunica podem ser bons ou maus, assim como as suas próprias manifestações podem ser exatas ou falsas, com escrúpulos ou não. É um dom mediúnico que, juntamente com a vidência, exige muita atenção e cuidado em sua manifestação. A qualidade das manifestações exige ilibada conduta moral e ética, pois somente através da Lei das atrações e da Lei das afinidades é possível estabelecer contato com espíritos um pouco mais elevados que possam interagir conosco de forma clara e produtiva, transmitindo ensinamentos que possam ser utilizados para o nosso crescimento e para o crescimento de nossos irmãos através do trabalho de caridade.    

Médiuns Curadores – são aqueles que manifestam de forma natural e espontânea o dom de curar outras pessoas (ou mesmo espíritos) que estejam com alguma enfermidade. Em seus estudos, Kardec verificou que essa cura pode se dar pelo simples toque, pelo olhar, por um gesto ou pelo pensamento direcionado ao enfermo. Muitos dizem que tal feito ocorre pura e simplesmente através de magnetismo, mas muitas pessoas experientes na utilização do magnetismo não conseguem realizar curas. O magnetismo é regular e metódico e necessita de estudo e preparo. O dom mediúnico da cura não é proveniente apenas de magnetização mas de uma capacidade, uma faculdade mediúnica, um dom específico que não pode ser manifestado apenas pela nossa mera vontade. Na maioria dos casos, as curas realizadas através dos médiuns acontecem das mais diversas formas e métodos não ortodoxos, e muitos deles desconhecem as técnicas de magnetismo. As curas acontecem de forma espontânea, muitas delas através de uma interação entre o plano material e espiritual para que, de fato, o dom mediúnico se manifeste e o tratamento seja efetivado. Tal interação pode ocorrer apenas através da canalização ou mesmo da atuação direta de um espírito através do médium. Kardec, em seu contato com os Espíritos, confirmou que “a força magnética reside, sem dúvida, no homem, mas é aumentada pela ação dos espíritos que ele chama em seu auxílio. (...) o espírito aumenta a tua força e a tua vontade, dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades necessárias.” Ele confirma, também, que há pessoas que verdadeiramente possuem o dom de curar pelo simples contato, sem o emprego dos passes magnéticos. Portanto, médiuns curadores são aqueles que possuem em si, em sua constituição física e espiritual, as condições necessárias para realizar curas independente da ação dos espíritos. Cada um num determinado grau, uns com maiores capacidades, outros com menores. Uns com facilidades para doenças de pele, outros para problemas cardíacos, uns atuam apenas em algumas enfermidades superficiais, outros podem atuar em casos mais complexos, em casos cirúrgicos. Há que se observar e ter muita prudência, pois os tratamentos espirituais não se sobrepõe ao acompanhamento médico e ao tratamento orientado pelos profissionais de saúde no plano material.

----- >>>>>  Continua em Tipos de Mediunidade e os Médiuns Saneadores (parte 2)

SENZALA DE UMBANDA

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A MEDIUNIDADE EM NOSSAS VIDAS

Pensando na mediunidade e refletindo sobre a sua importância para o ser humano dotado dessa capacidade de comunicação e interação com o mundo espiritual, com outras dimensões da vida (que hoje a física quântica já começa a desnudar de forma mais eloquente), constato que ela é muito mais do que uma via de interação e do que uma simples ferramenta de auxílio ao próximo. Em alguns dos estudos mais tradicionais a mediunidade é apresentada como um compromisso de auxílio aos mais necessitados, como um instrumento através do qual o médium pode ceder seu corpo e suas capacidades mediúnicas aos espíritos mais elevados para que estes possam realizar a caridade e manifestar seu amor ao próximo. E o médium, até então, era visto como aquele que generosamente devia se entregar ao trabalho de forma totalmente passiva, sem que ele mesmo tivesse qualquer benefício de suas capacidades além de doar seu corpo e manifestar a sua boa vontade.

Com o avanço da sociedade e através da evolução de nossas consciências e de nossos próprios espíritos em direção à Luz, chegamos a um ponto onde podemos entender a mediunidade como uma grande oportunidade de crescimento; não só pela entrega do médium como instrumento da espiritualidade maior mas, também, como forma de evolução de si mesmo. Ao estudar e desenvolver os seus dons mediúnicos, cada um de nós pode buscar a capacidade e as condições interiores que nos permita entrar em contato com fontes de sabedoria e de ensinamentos que estão à disposição daqueles que estão em plena busca de sua ascensão pessoal. Quando digo ascensão, não estou me referindo a uma posição elevada, a um alto posto, a orgulho, vaidade e soberba. Não. Estou me referindo a uma ascensão espiritual, energética, a uma elevação vibratória, uma iluminação gradativa.

O estudo e o exercício da mediunidade permitem ao médium tanto auxiliar o plano espiritual quanto aos seus semelhantes e a si mesmo. A elevação ocorre através da ética, da moral, da responsabilidade, do compromisso e da retidão interior; a reforma íntima é a via pela qual o médium pode ascender seu espírito elevando o seu estado vibratório e tornar-se capaz de entrar em contato com seus guias, mentores e mestres espirituais em outros níveis de consciência. O que nos permite buscar a compreensão da origem das coisas, das energias que compõem a vida, dos fatos que geram os acontecimentos e das várias formas de atuação que tanto podem nos auxiliar no plano material da vida quanto no campo religioso, no científico e na medicina. Toda a vida interage com o plano espiritual e tudo está ao nosso alcance desde que tenhamos o devido preparo e conhecimento para interagir com responsabilidade e sem ambições. São informações e conhecimentos que precisamos ter equilíbrio, discernimento, amadurecimento, para que possamos realmente compreender e vivenciar em nosso dia a dia. Nossos guias, nossos mestres, não disponibilizam informações apenas para satisfazer nossas curiosidades infantis. Estas são meras tolices, nossos desejos humanos são apenas fontes de desequilíbrios, o verdadeiro aprendizado está disponível para aqueles que se dispõem a vivenciá-lo em sua caminhada desde o momento em que acordamos pela manhã até o momento em que nos deitamos para dormir; e, mais ainda, durante o sono quando nos desprendemos de nossa veste carnal e adentramos no mundo do espírito onde permanecemos até o despertar matutino de nosso corpo físico.

As ambições e os desejos desenfreados e desequilibrados atuam baixando nossas vibrações em escala, como uma escala de cores em degradê, como uma escala musical. Com nossas baixas vibrações e desequilíbrios internos não conseguimos acessar os planos mais sutis e não conseguimos nos comunicar com aqueles que muito têm a nos ensinar. Estamos no jardim de infância, na alfabetização da vida, temos muito o quê aprender até chegar ao “primeiro grau”, ao “segundo grau”, até concluir a “faculdade”. Dessa mesma forma, nossos espíritos estagiam na vida buscando o aprendizado e a mediunidade é uma oportunidade maravilhosa que nos é dada por Deus para que possamos nos aprimorar ao mesmo tempo em que podemos auxiliar muitos de nossos irmãos que, por vezes, nós mesmos prejudicamos em outros momentos de nossas jornadas evolutivas.

A mediunidade é uma fonte de experiências e de oportunidades que nos permite um vasto aprendizado e um grande avanço em nossas caminhadas evolutivas desde que tenhamos consciência disso e comprometimento suficiente para estudar, compreender e aplicar este aprendizado. Não estou dizendo que é fácil viver com toda esta responsabilidade e compromisso, muito pelo contrário, estou afirmando que a mediunidade exige muito de nós e que não nos foi concedida em vão. Se estamos aqui nesta Terra e manifestando algum dom mediúnico, certamente não é apenas para nosso uso particular. E, também, não é apenas para saciar a nossa curiosidade. Estou pedindo a atenção de cada um de nós, pedindo que cada um observe a forma como vivencia a sua própria mediunidade.

Estamos num momento de expansão da consciência humana e do espírito, um momento de grandes mudanças e transformações no plano espiritual e, consequentemente, no plano material. Uma grande parte dessa mudança depende de nós, do nosso empenho, da nossa dedicação e do nosso sacrifício pessoal em busca da iluminação de nossos mentais e do nosso ser espiritual como um todo. Há um grande trabalho de limpeza, de purificação e de reestruturação acontecendo nos planos superiores para que a nossa realidade material possa ser alterada, para que nós possamos entrar numa nova fase de Luz aqui na Terra. Tantos conflitos, tantas insatisfações, são manifestações de estados emocionais profundamente desequilibrados que estão sendo trazidos à tona para expurgo de toda essa negatividade. As grandes mudanças e transformações sempre vêm precedidas de momentos um pouco traumáticos, podemos nos imaginar como as lagartas que num determinado momento de suas vidas se recolhem, viram um casulo e somente depois de uma grande transformação e de um grande esforço conseguem romper as várias camadas criadas ao seu redor para, enfim, se libertar e sair voando batendo suas novas asas num mundo completamente novo e diferente para elas. Mas trazem em si, em seu íntimo, todo o aprendizado e todas as lembranças do que teve que passar para “renascer” de forma tão bela e tão livre.

Assim somos nós. Espíritos em plena transformação. É chegado o momento de parar, refletir e utilizar a mediunidade com sabedoria para que ela possa atuar como a fase do casulo, quando a lagarta se fecha em si mesma e se transforma em um ser mais sublime. Nada deve ser desperdiçado, a vida não deve ser deixada à deriva, nós temos a responsabilidade sobre o tempo que nos é dado, nós temos o livre arbítrio. E a mediunidade é uma dádiva que nos é concedida por Deus como forma de intensificar nossas vivências pessoais e de levar o conhecimento e praticar a CARIDADE aos nossos semelhantes. Por tudo isso, não devemos ser autômatos, não devemos agir e viver como uma máquina que apenas repete os movimentos que foram programados pelos outros. Devemos buscar nossos próprios entendimentos, olhar para o nosso interior e descobrir qual é o nosso caminho, o quê devemos fazer, por que motivo estamos aqui. Cada um de nós tem seu compromisso, não existem duas pessoas iguais na face da Terra. Individualmente, devemos elevar nossos pensamentos ao Alto em oração e pedir à Deus a nossa orientação, que ela venha através de nossos Guias espirituais, de nossos Mestres, Mentores e Protetores individuais. Pois devemos seguir primeiramente a nossa própria “fonte”, àqueles aos quais estamos espiritualmente ligados de forma natural. Cada ser humano tem o seu caminho, o seu entendimento e as suas regras. Mas quem nos conduz é Deus. Somente Deus pode nos orientar e nos guiar pelos caminhos e pelas experiências que devemos passar. Nossos irmãos da Terra podem nos ajudar, conversar, transmitir as suas próprias experiências, passar adiante os ensinamentos que receberam através de seus antepassados, de suas religiões, dos modos e costumes que vivenciou, mas apenas Deus através de nossos Guias, Mestres, Mentores e Protetores sabem realmente o que é melhor para cada um de nós. Devemos nos aprofundar em nossa mediunidade, buscar o conhecimento e o entendimento necessários mas devemos estar sempre ligados às nossas forças espirituais para que possamos estar sempre amparados no caminho certo, na direção da Luz que só Deus Pai emana a cada um de nós.

Salve todas as nossas Forças Espirituais! 

Salve todos os nossos irmãos e amigos com os quais encontramos e partilhamos durante a caminhada na Terra! 

Com todo o respeito e amor a cada um de vós, aqui me despeço até a próxima dissertação.

Abraços fraternos.

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OBJETIVO DA SALA DE AULAS

Neste espaço, publicamos conteúdos que consideramos fundamentais para todos os médiuns. Independente de sua linha de trabalho. São conceitos antigos, novas informações, idéias inspiradas pelo mundo espiritual na atualidade, filosofias, crenças, enfim... temos como objetivo compartilhar o conhecimento e estimular a busca pessoal e o esforço evolutivo da cada um.

Esperamos que os textos sejam úteis e tragam novos horizontes a partir da compreensão de que estamos num mundo em pleno desenvolvimento e expansão constantes. Da mesma forma, tais mudanças se processam no plano espiritual e a cada dia novas orientações chegam até nós à medida em que nossas consciências se ampliam e passamos a ser capazes de compreender um pouquinho mais a complexidade da Criação Divina.

Sejam bem vindos!